15 junho 2006

"A Minha História" - IV


Foi aqui, (foto ao Lado) nas Instalações da E.V.A. em Nova Lisboa, (Huambo) que cheguei a 9 de Janeiro de 1969, para dar início à minha vida militar.

À minha espera, estavam os meus padrinhos, os quais já não via há alguns anos, e também o filho Orlando Castro, que só conhecia por fotos. Hoje, um conceituado Jornalista do J.N..

Dado que podia entrar no quartel até ao dia 11, acabei por passar esses dias e noites em casa deles, numa vivenda que ficava a caminho do Aeroporto. Era uma vivenda, cujos muros do quintal eram enfeitados com Maracujás. Trata-se de um pequeno pormenor, mas que ficou gravado na minha memória, talvez por ter sido lá que comi pela primeira vez aquele fruto.

No dia 11 de manhã, lá fui para o quartel (R.I.21), ou melhor, levado pelo meu padrinho, pois ainda era longe e ele fez questão em me levar.

Como é do conhecimento geral, os primeiros dias são passados dentro do quartel, e só de lá podemos sair depois de toda aquela burocracia necessária (?). Saber as patentes, saber fazer continência, etc,etc,etc.

Passados que foram esses 15 dias, e chegado o primeiro fim-de-semana, estava eufórico, pois podia finalmente sair daquele arame-farpado.
Claro está, que aquele, e todos os outros fins-de-semana que se seguiram, enquanto estive em Nova Lisboa, eram passados com os meus padrinhos e com o filho Orlando, aquele que viria a


ser o meu cicerone, o meu companheirão, alinhando comigo em todas as passeatas e aventuras, como esta onde está comigo na foto.

No dia 21 de Janeiro, deixo o R.I.21 para ir para o C.I.C.A.2, também em Nova Lisboa, onde fiquei até ao dia 10 de Abril, altura em que acabei a especialidade, vindo de novo para Luanda. Após 2 dias de descanso, e a 13 de Abril, entro para o C.I.C.A.1 em Luanda, até ao dia 4 de Junho, altura em que vou para o R.I.20, para ser integrado numa Companhia, a C.CAÇ.106, que estava a ser formada para ir para o Norte, mais precisamente para o Lucunga.



Ali fiquei durante um ano, onde as casas existentes e abandonadas, estavam de um e do outro lado da única rua, e que serviam para nossos quartos, tudo isto cercado de arame-farpado

Lá se passou um ano, que mais parecia uma eternidade. Ao fim desse tempo, e dois meses depois de ter regressado de novo ao R.I.20, sou colocado no A.T.A. no CRMMTm, uma companhia de transmissões, onde fui encontrar um comandante de companhia que, não sei bem porquê, não indo talvez com a minha cara, me enviou de novo para o Norte, desta feita para o Negage. (última foto)

Após muita insistência da minha parte, alegando já ter cumprido a minha comissão do Norte, e de que também era minha intenção em casar, passados dois meses, lá regressei definitivamente a Luanda.


Foi durante a minha permanência no Lucunga, que comecei a escrever-me com um membro da tal família Carvalhinho, mais precisamente com a filha mais velha a Manuela, e que atrás tinha feito referência em relação à influência que teve na minha vida, pois foi com ela que viria a casar no dia 1 de Maio de 1971, mesmo antes de ter terminado o serviço militar, o que veio a acontecer pouco tempo depois, a 31 de Janeiro de 1972.

E foi assim, mais uma etapa da minha vida, esta dedicada à minha vida militar, e naturalmente às pessoas com quem convivi durante esse tempo.

Mas voltarei, para contar um pouco mais.

2 comentários:

Anónimo disse...

As fotografias e roupas daquele tempo, parece que eram todas iguais e nalgumas nao se conhecem bem as caras, de forma que fico a pensar, senao sera uma das minhas fotos que aqui esta.
Um xi, Lino da
MJ

Anónimo disse...

coicidencia ou nao tambem foi na mesma agencia de viagens que desembarquei em Nova Lisboa mas eu vindo do Lobito,tambem entrei no dia 11 mas de Maio de 74 para o quartel e por sinal tambem no G.A.C.2, depois de teres passado pelo R.I 21 tu talvez no lado esquerdo do quartel pois talvez tivesses ido para a escola de sargentos mas eu fiquei do outro lado como conductor e là fiz a minha recruta durante 8 semanas,que epoca formidàvel,ABRACO